sexta-feira, julho 06, 2007

Águas Mornas

A Manilha de Leiria até às Caldas a rolar. Nada a impede de dominar as águas revoltas, a Manilha, qual laje de betão de Souselas, continua a sua magnífica obra de betonização das planícies bordejadas pelas águas mornas.É assim, vai para 21 anos, que se constrói uma cidade, é assim, indecorosamente, que se secam as memórias de um lugar luxuriante e sulfuroso.Cá para nós, em pleno hiato da História Regional do Oeste, trata-se de um pesadelo por confirmar, o que nos traria muitas alegrias, não fora ele parecer não acabar jamais e, de pesadelo, se tornar uma experiência ácida e psicadélica pelo seu formalismo mecanicistas e "deja vu" na Itália de Mussolini, no Portugal de Santa Comba Dão e na Alemanha de Himmeler. Tal como a Manilha, que serve de guia espiritual a todos os tipos de água, também esta adoptou o movimento da roda, em vez da espiral, ela roda, roda, roda e não arranca, repete os mesmos gestos adquiridos na prensa e no molde, quedando-se na pestilência de uma ideologia imposta nos bancos da escola primária de antanho, pelo regente, pelo padre e pelo verniz da farda geeneerre, tal e qual como era nos anos de chumbo da década de cinquenta.Mas ela, a Manilha, move-se e queda-se, ficando nós reféns de repetição do turbilhão.Em nome do nosso bem-estar e da nossa felicidade, emanilhe-se a manilha que é o que faz falta, para animar a malta.

2 comentários:

Anónimo disse...

Gostei do texto: bela metáfora. Abraço.

Maria Monteiro disse...

Muito bom daecMemória...!!!
Força! O caminho é sempre em frente!