quinta-feira, julho 19, 2007

E a Praça da Fruta, Senhores !


A Praça da Fruta é o coração da cidade de Caldas da Rainha, no sentido de ser um elemento a partir do qual é bombardeada uma dinâmica urbana, vital para que o centro histórico e para o pulsar da cidade. Muito se tem falado sobre a necessidade de intervenção na Praça da Fruta, desde logo no seu tabuleiro, em avançado estado de degradação do piso, mas também da requalificação das fachadas dos edifícios envolventes, da mobilidade dos veículos automóveis e da criação de mais espaço urbano de lazer para os cidadãos. Muito se tem falado, mas nada se tem feito. É uma espécie de primeira vítima da estratégia da maioria PSD que, em mandato e meio, não conseguiu aprovar o Plano de Pormenor do Centro Histórico. Já neste mandato, depois de algumas rectificações na proposta de Plano de Pormenor do Centro Histórico, optou por uma consulta informal à CCDR de Lisboa e Vale do Tejo, mas esta remeteu-se a um silêncio informal, pois só se pronuncia sobre questões formais.

O que é certo é que a Praça tem vindo a perder pujança, em especial durante a semana, subsistindo ao fim-de-semana com problemas de estacionamento, falta de condições de trabalho para os vendedores (arrumos, água, bancas), dificuldades de acesso para os cidadãos (por exemplo, não existem casas de banho públicas, a não ser a recondidas instalações na Travessa do Parque). Consciente dos problemas, temos colocado a Praça da Fruta como uma prioridade vital para a imagem de Caldas da Rainha e para a vivência do seu espaço urbano, mas também como montra do que de bom se produz nas várias freguesias do concelho de Caldas e dos concelhos limítrofes.

O que é certo é que nada se move, a não ser a árvore que há semanas caíu, felizmente sem danos pessoais ou materiais a registar.

A Praça da Fruta é hoje um espaço desleixado. Desleixado no estado do tabuleiro, desleixado nos seus bancos, desleixado nos seus canteiros e até desleixado na sua envolvência, onde pontuam alguns dos piores erros arquitectónicos das Caldas, em especial,o prédio do supermercado Casaleiro herança de outras gestões autárquicas.

A Praça da Fruta é hoje um espaço que enfrenta ameaças que só nos devem mobilizar para encontrar soluções que dinamizem este ex-libris das Caldas da Rainha e do Oeste. Às ameaças das grandes superfícies comerciais, junta-se agora, de forma paulatina, a "ameaça" do Mercado Semanal de Óbidos aos Sábados. Não, nós não somos dos que têm de Óbidos, uma visão maniqueísta, em que os das Caldas são os bons e os de Óbidos são do piorio. Aliás, é nossa convicção profunda que, mais tarde ou mais cedo, Caldas e Óbidos só ganham se tiverem uma visão estratégica do futuro partilhada e complementar, que afirme o melhor de cada um dos municípios. Agora, dito isto, temos de ser realista e perceber que um Mercado Semanal ao Sábado em Óbidos é mais um factor de concorrência à Praça da Fruta. Uma concorrência que pode ser salutar se os Caldenses souberem responder pela positiva em vez de diabolizar os outros. Em bom rigor, mais do que uma ameaça esta é uma oportunidade de requalificação, de promoção dos nossos produtos agrícolas, de produtos biológicos e de animação urbana. Assim, a maioria PSD entenda que o imobilismo da Praça da Fruta não é sustentável.

1 comentário:

Anónimo disse...

Srs. vereadores, afinal em que é que ficamos!? Uma afirmação bem dita: é urgente requalificar a Praça da Fruta e isso todos sabemos, e o executivo, com essa preocupação, entre outras, lançou um concurso público, no âmbito da URBCOM, precisamente para adquirir novo mobiliário, pensava que os Srs que estão presentes nas reuniões de câmara soubessem...Este claro está, é só um dos exemplos da "passividade" que tanto os srs acusam o executivo.

Contudo, resta relembrar aos srs vereadores que não vos fica nada bem, como li post, discriminarem e qualificarem como turistas "de chinelo" seja quem fôr, pois o facto de andar de chinelo não revela nunca falta de Informação, de Formação e acima de tudo de Dignidade.
Imagine-se que um franchising em expansão em Portugal tem como objecto a Havaiana... sim o chinelo de meter no dedo!!

É triste, acima de tudo assistir à hipocrisia. Por um lado, simplesmente porque é popular, defender os enraizados e de salutar usos e tradições desta cidade, e por outro, defender uma cidade só para a alta sociedade que teoricamente dispõe de um maior poder de compra, mas que como é sabido nem sempre o investe em valores.

O Provedor atento