sexta-feira, novembro 02, 2007

Meia Via




A meio caminho do mandato eis-nos no virar do ciclo de quatro anos do nosso mandato autárquico. O balanço vai sendo feito, semana após semana, com as dificuldades decorrentes de não podermos resolver o problema estrutural das Caldas da Rainha, a continuada gestão oblíqua e passadista da gestão autárquica.
As Caldas, enquanto cidade, têm carisma, já quase todos o percebemos, faltando, apenas, energia e motricidade à sua governação autárquica. Ideias há muitas, e boas, boas práticas dinâmicas, muito poucas. Mesmo quando alguns cidadãos se disponibilizam a partilhar visões, utopias e projectos facilmente aplicáveis ao universo do nosso concelho, vagas de silêncio e de nevoeiro corroem e emudecem tais voluntarismos e tais práticas activas de genuína cidadania.
A meio do percurso já não se vê o ponto de partida e ainda não se vê o ponto de chegada. A alegria da partida já se diluiu e a excitação da chegada ainda não irrompeu. Longe estão as marcas propostas para alimentar a viagem e mais longe ainda as esperanças de chegarmos a bom porto. As vagas, essas são muito densas e bastante fortes. Fustigam-nos com salpicos de sal a saber a fel, abalando a nossa disposição para a acção, para desatar os nós górdios que nos atrofiam a motivação e nos enfraquecem a convicção.
Talvez seja apenas o sindroma da “meia via”, que se desvanece com o ouvir das gaivotas, o cheiro das algas e a vista da terra, talvez seja apenas isso e apenas isso. No entretanto lá continuaremos a operar o barco, sem aceder ao leme, coisa triste e decepcionante, pois num barco tão agradável quanto formoso, com tantos pergaminhos e respeitados tripulantes, gostaríamos de fazer mais, gostaríamos de poder fazer mais.
Talvez seja apenas o sindroma da “meia via”, talvez, quem sabe……
Imagem: Bandeira Portuguesa, Exposição 50 Anos de Arte Portuguesa, FCG/2007.

2 comentários:

Unknown disse...

Sr. Nicolau Borges, não é altura para o desânimo. A oposição(de qualidade)é imprescidível em democracia. Não esmoreça e defenda aquilo que acha e acredita que é melhor para o Concelho. Alguns eleitores saberão reconhecer o valor.
Atentamente

Anónimo disse...

Força aí. Abraço.