quinta-feira, novembro 08, 2007

O Princípe, ou a versão caldense de "afinal havia outra".....

O Sr. Presidente da Câmara Municipal das Caldas da Rainha, há cerca de duas semanas no Centro de Artes, na apresentação pública do Centro Comercial "Vivaci", apelidou os promotores desta unidade comercial como dignos sucessores do monarca português D.João II, rei fundador do Real Hospital das Caldas da Rainha, em meados da década de oitenta do século quinze.Muitos incómios a realçar a acção empresarial da FDO, num improviso providencialista e cheio de loas reverenciais.
Respeitando o espírito da época, em pleno pré-renascimento português, época marcada por muita conspiração e muitos assassinatos por envenenamento um pouco por todas as cortes europeias, o Dr. Fernando Costa, uma semana depois, e após receber uma carta da FDO na qual se manifestava incredulidade e estupefacção pela eminente aprovação de uma nova unidade comercial (Rainha Shopping), contrariando desse modo as promessas verbais assumidas pelo Sr. Presidente da Câmara das Caldas, que segundo os promotores da FDO, teria assumido o compromisso de só permitir a instalação de uma unidade comercial nas Caldas da Rainha, a da FDO, como compensação pela reconstrução do oitocentista Hotel Lisbonese .
Afinal não, afinal havia mesmo outra, de nome Rainha (Shopping) e com lugar reservado para junto do Centro de Saúde, mesmo junto ao centro urbano das Caldas.
Alega o Dr. Fernando Costa, disse-o na Assembleia Municipal, que para ele só são válidos os documentos por ele assinados, que. para ele, os eventuais compromissos verbais só são para cumprir quando passados ao papel e após a sua assinatura, podendo nós inferir que para ele a palavra, as conversas, as charlas e os discursos, para ele não têm valor, nem relevância.
O Dr. Fernando Costa terá lido a obra de Maquiavel, possivelmente sim. Agora parece-nos que do "Principe" apenas terá aprendido a máxima de que os meios justificam os fins, ou seja, em política vale tudo, a começar pelo desrespeito pela palavra dada.
Parece que Maquiavel ao escrever O Princípe se inspirou no nosso D. João II, algo que nunca se comprovou.Também parece que, segundo alguns detractores, a Rainha(D. Leonor) destronou o seu marido, tendo para o efeito recorrido a sofisticadas técnicas de envenamento e castigando-o de forma inaplável ao enviá-lo para as termas algarvias de Monchique, quando mais perto e com melhores condições de acomodação dispunha das suas termas das Caldas da Vila de Òbidos.
No caso da novela das unidades comerciais caldenses parece que estamos em vias de assistir a uma sequela pós-moderna da tragédia joanina.Com efeito, pelo andar da novela, iremos assistir à morte anunciada do salvador Vivaci (qual D. João II), pela recém aprovada "Rainha Shopping". Afinal havia mesmo outra (Unidade Comercial), e o veneno bem doseado chega para todos, não é exclusivo de princípes italianos renascentistas......e a Rainha(Shopping) que o diga.

1 comentário:

Anónimo disse...

Ainda não percebo qual é o pavor desta gente pelos shoppings....

Tem medo do desenvolvimento..

Devem gostar de andar na idade
da pedra com certeza..

é triste que em Portugal só se veja
o lado mau das coisas...