segunda-feira, agosto 06, 2007

Dia 6 de Agosto

Duas intervenções no período de antes da ordem do dia.
Uma primeira sobre o estado de desleixo total a que estão votados os espaços verdes em redor do supermercado “MiniPreço”, bem próximo à Avenida Timor Lorosae. A situação não é mais chocante porque o estado em que se encontra o resto da Avenida, que deveria ser uma circular externa, deixa muito a desejar: obras de alargamento interrompidas, piso a fazer lembrar o mar dos buracos, princípios de urbanizações que nos remetem para construções infantis com recurso a Legos defeituosos, e outros exercícios que fazem desta cidade um caso de estudo sobre como não programar, não planear, sobre como não gerir uma cidade de média dimensão.
À volta do MiniPreço pode-se assistir a um cenário de desmazelo e de desleixo gravitacional, retrato de uma cidade que se pretende moderna e termal.
A Câmara vai, agora, notificar o supermercado para proceder à limpeza dos seus espaços ajardinados, como lhes compete.
Perguntamos nós: E quem notifica a Câmara para proceder à conclusão das obras, suspensas, do troço da circular Timor Lorosae?

A segunda intervenção teve a ver com questões de Património cultural, com questões do nosso Património Cultural caldense.
Existem, nas Caldas da Rainha, três mecanismos antigos de Relógios, cujo valor patrimonial é de grande importância histórico-patrimonial. Limpos e restaurados, o conjunto dos três relógios, fariam das Caldas da Rainha uma cidade de referência, no domínio da preservação deste tipo de Património cultural português. A saber:
1)Relógio carrilhão do século XVIII, construção em gaiola, outrora pertencente à torre da Igreja de Nossa Senhora do Pópulo, hoje integrado nas reservas museológicas do Museu do Hospital e das Caldas, a necessitar de intervenção museológica;
2)Relógio de horas, construção em gaiola, do século XVIII, pertencente ao edifício da Igreja de Nossa Senhora do Pópulo, a necessitar de reparação;
3)Relógio de horas, em extensão, triangular, fabrico português de meados do séc. XX, pertencente ao edifício dos antigos paços do concelho, propriedade municipal, futura sede da Junta de Freguesia de Nossa Senhora do Pópulo.
Interessa pois salvaguardar este Património de relevância nacional, devendo a Câmara das Caldas dar o exemplo, recuperando-o e devolvendo-o à plena fruição dos cidadãos, aproveitando o momento de requalificação do edifício joanino que se avizinha, com a mudança de instalações da Polícia de Segurança Pública para a sua nova sede.
É caso para se dizer que nas Caldas o tempo parou. Tal como os relógios avariaram e nunca mais foram concertados, também o tempo político emperrou. Há mais de vinte anos que o tempo se deteve, e como o tempo não muda, as vontades também não. A cidade olha para si, como olhava há duas décadas atrás, a mesma cultura política, a mesma gestão autárquica, os mesmos intervenientes e as mesmas corrupções urbanas.

1 comentário:

Anónimo disse...

Belo e ponto final. "É caso para se dizer que nas Caldas o tempo parou".
Abraço.