1. Edifício da Rodoviária do Tejo nas Caldas da Rainha
Face às afirmações de Orlando Ferreira, administrador da empresa Rodoviária do Tejo, citadas pela Gazeta das Caldas no dia 6 de Junho de 2008, p.16, afirmações que referiam “O maior problema é que isto não tem condições nenhumas (referindo-se ao edifício da Rodoviária do Tejo nas Caldas da Rainha). A gare é velha, estamos entalados com as oficinas cá dentro e metade disto devia ser deitado abaixo para construir uma estação nova, funcional, com luz, arejada e aproveitando esta boa localização”;
Considerando a qualidade arquitectónica do edifício em referência, reconhecido pelo antigo IGESPAR como um dos edifícios de referência da arquitectura Modernista Portuguesa, conforme a exposição itinerante sobre a arquitectura Moderna Portuguesa que percorreu o território português, da qual constava o exemplar caldense;
Tendo ainda em consideração a importância histórica e a exemplaridade patrimonial do referido edifício, os Vereadores do PS defendem que a CMCR uma atenção especial às alterações que a RT pretende implementar na remodelação e adaptação do edifício, propondo que o mesmo seja classificado como Imóvel de Interesse Público de modo a salvaguardar a sua exemplaridade industrial e comercial, a sua memória histórica, a sua homogeneidade funcional e a sua qualidade estética. O edifício da Rodoviária do Tejo está actualmente classificado como imóvel do inventário municipal, a mesma classificação do Hotel Lisbonense, que não impediu que três das quatro paredes fossem demolidas pela FDO.
2. SECLAA SECLA, Sociedade de Exportação de Cerâmica Lda - Faianças Artísticas, empresa portuguesa sediada em
Caldas da Rainha e uma das principais produtoras de
cerâmica tradicional caldense, a maior e também a última das grandes fábricas de cerâmica (louça decorativa) das Caldas da Rainha, prepara-se para fechar as suas portas no dia 30 de Junho devido à falta de encomendas.
Fundada em 1947 nas Caldas da Rainha assumiu na altura uma ruptura com a roda do oleiro em favor de uma produção mais mecanizada. Empresa exportadora, viria a beneficiar do crescimento económico na Europa do pós-guerra (e mais tarde de uma continuada relação comercial com os Estados Unidos), enveredando por uma produção em massa, mas sem descurar uma forte aposta na inovação que a levou a contratar artistas cerâmicos de renome como Júlio Pomar, José Aurélio, Hansi Stael, António Quadros, Ian Hird e Ferreira da Silva, Herculano Elias. Foi uma das primeiras empresas portuguesas a apostar no design, numa altura em que esse conceito era mal conhecido no nosso país.
Nos anos setenta a empresa vê aumentar as suas encomendas para o Norte da Europa, o que a leva a ampliar as suas instalações com a construção de uma nova fábrica. Em 1990, emprega 700 pessoas e produz anualmente 12 milhões de peças. Dez anos depois, está a vender 90 por cento da sua produção para o estrangeiro e é a primeira empresa portuguesa exportadora de louças decorativas e uma das maiores à escala mundial.
A Secla assumiu-se, em Portugal, como o principal centro de produção cerâmica dita contemporânea, ensaiada por artistas plásticos em peças únicas de autor ou praticada por ceramistas interessados em renovar a produção tradicional, a partir de uma produção costumada local, destacando-se a actividade de Hansi Stäel, de origem húngara, que começou a colaborar com a Secla em 1950, ao mesmo tempo que se associava ao escultor e ceramista alemão Hein Semke. Thomaz de Mello (Tom), pioneiro do design nacional, é outra presença saliente, tal como o escultor José Aurélio, que dirigiu o sector artístico da Secla entre 1958 e 1966. António Quadros colaborou com o Estúdio no início da sua carreira (59-60), mostrando uma linha de produção corrente denominada de «preto e verde», pratos decorativos em que usou a sua figuração fantasista e ainda outras peças que revelam interesse pelos barristas populares. José Santa-Bárbara colaborou em 1962-64, numa direcção de design que não veio a ser explorada. De referir ainda a actividade de Jorge Vieira e Santiago Areal, Júlio Pomar e Alice Jorge e, evidentemente, os artistas caldenses Luís Ferreira da Silva e Herculano Elias, longamente associados à produção fabril da Secla.
Perante a importância histórica, patrimonial e artística da Fábrica Secla e o seu contributo para a afirmação da História das Caldas e, face ao anunciado encerramento da sua produção cerâmica importa questionar o Executivo Caldense sobre as seguintes questões:
1) qual o ponto de situação relativamente ao anunciado encerramento da Fábrica Secla;
2) se, relativamente à Empresa Secla, a CMCR vai dar o mesmo tratamento, nomeadamente para a salvaguarda do seu Património Artístico e Arquitectónico, dado, recentemente, à Fábrica de Faianças Rafael Bordalo Pinheiro;
3) que futuro está reservado para o Património Edificado da Fábrica Secla, nomeadamente os edifícios da antiga fábrica, situados junto ao futuro Centro Comercial Vivaci em construção pela empresa FDO;
4) que planos existem, ou não, para a concretização do antigo projecto de criação do Museu da Secla;
O Partido Socialista é adepto incondicional da defesa e afirmação da matriz história das Caldas da Rainha, a qual encontra na produção cerâmica artística uma das suas mais representativas marcas identitárias. Nesse sentido defende a intervenção do executivo camarário na perspectiva da defesa e salvaguarda dessa matriz, pugnando pela criação das condições necessárias para a salvaguarda, defesa e valorização do primado patrimonial e artístico caldense.
3. Makewise
Os Vereadores do Partido Socialista manifestam preocupação pela intenção de deslocalização de mais uma empresa de tecnologias de informação para o Município de Óbidos. Depois da Janela Digital, a empresa Makewise divulgou a forte possibilidade de se transferir para o Parque Tecnológico de Óbidos por não existirem “no concelho infra-estruturas criadas de raiz para albergar este género de empresas tecnológicas” e porque “ desde o início o município obidense acreditou nas potencialidades desta empresa e têm trabalhado com eles nos seus portais. Quando iniciaram a sua actividade fizeram reuniões com responsáveis dos dois concelhos e só em Óbidos houve interesse no trabalho que desenvolvem, tendo sido escolhidos para a construção de um novo sítio da autarquia. Em Óbidos acreditaram em nós e pudemos demonstrar com trabalho as nossas capacidades”.
Os Vereadores sublinham o facto de se tratar da empresa responsável pelo Oeste Digital, referenciada como caso de êxito na Roteiro da Ciência do Senhor Presidente da República e a desenvolver projectos inovadores de referência nacional. Preocupa-nos que os sinais empresarias do municípios possam ser o encerramento de empresas ou a sua deslocalização, ainda que para um Município vizinho, com o qual deveria existir uma estratégia articulada ao nível do desenvolvimento de projectos empresariais, do turismo e da promoção cultural.
4. PISCINA DE SALIR DO PORTO
Os Vereadores do Partido Socialista solicitaram informação sobre o estado de concretização da obra da Piscina de Salir do Porto, tendo em conta o início da época balnear e as expectativas da população. Os Vereadores do PS sublinham o facto de a Piscina de Salir de Matos ser descoberta, sendo por isso destinada à utilização durante os meses de Verão.
António Galamba
Maria de Jesus Fernandes