sexta-feira, março 14, 2008

!6 de Março de 1974

Voto de Saudação e de congratulação pelo 16 de Março de 1974
O Município das Caldas da Rainha saúda todos os cidadãos que, de forma directa e indirecta, participaram no levantamento militar do dia 16 de Março de 1974, realizado a partir do Regimento de Infantaria 5 das Caldas da Rainha, sinal da intenção em instaurar a Democracia em Portugal.
O Município das Caldas da Rainha congratula-se por essa acção heróica levada a cabo em prol da democracia e pelo seu significado histórico e memorial para o Concelho das Caldas da Rainha, associando-se e convocando todos os munícipes à participação nas comemorações de tão importante efeméride.

"No dia 16 de Março de 1974 o mundo foi surpreendido com a notícia da sublevação do Regimento de Infantaria 5 das Caldas da Rainha. O Golpe das Caldas representa um importante acontecimento histórico que marca a agonia do regime do Estado Novo, mas também o advento da democracia em Portugal.
Apesar das várias interpretações dadas aos factos, os oficiais que participaram no Golpe das Caldas estavam perfeitamente integrados no Movimento dos Oficiais das Forças Armadas (MOFA). Mais, várias movimentações militares e contactos foram feitos durante o dia 15 de Março de 1974. Contudo, o Estado Novo quis que esta manifestação de protesto contra a demissão dos generais Costa Gomes e Spínola ficasse conhecida como um aventura, um exagero dos órgãos de comunicação internacionais. Porém seria difícil esconder o conteúdo não só da sublevação dos 33 oficiais implicados que prenderam o seu comandante, mas também o facto da companhia sublevada ter chegado às portas de Lisboa e regressado ao quartel das Caldas da Rainha sem qualquer significativa oposição das forças do regime.
Tudo se resolveria durante a tarde de 16 de Março. O cerco do quartel foi realizado por forças do RI7 de Leiria, da EPC de Santarém, do RI15 de Tomar e um batalhão da GNR que ficou retirado. Os oficiais foram presos na Casa de Reclusão da Trafaria e no Regimento de Artilharia 1. Os restantes graduados foram levados para o Campo Militar de Santa Margarida e, mais tarde, transferidos para unidades militares de todo o país. “Como alguém disse, o Governo, em vez de apagar o fogo, soprou as brasas, espalhando-as por todo o lado.” (O Movimento dos Capitães e o 25 de Abril, p.136). O Golpe das Caldas não foi uma aventura, um manifesto ou simplesmente uma precipitação. Foi um anúncio do fim da ditadura e um grito de liberdade.
Alguns autores revelam que foi nas Caldas que nasceu o 25 de Abril. O curioso artigo “Quem travará os «Leões»?” do jornalista Eugénio Alves enganava os olhos da censura e dava alento ao sonho da vitória, concluía que se perdeu “uma batalha, mas não se perdeu a guerra”. O Capitão Salgueiro Maia confessou que a sublevação das Caldas tornou o Golpe Militar inevitável, porque oficiais do Movimento estavam presos motivados pelo mesmo ideal. A calorosa e espontânea recepção dos caldenses no dia 29 de Abril, oferecida aos militares revoltosos de 16 de Março de 1974, testemunha o espírito de vitória que sempre os rodeou."
Joana Tornada
Caldas da Rainha, 9 de Março de 2008

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